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Operação Eye in the Sky

de Gavin Hood

mediano

O legado psicológico do 11 de Setembro continua a alimentar o cinema de guerra do novo século. É essa a razão de ser de Operação Eye in the Sky (2015), um filme que explora o modo tecnológico de conduzir essa mesma guerra, quando a frieza e a distância à qual se tomam as decisões, as torna mais difíceis de tomar.

 

O sul-africano Gavin Hood tem estado ligado a alguns recentes filmes de acção (X-Men Origens: Wolverine e Ender’s Game – O Jogo Final, a título de exemplo), depois de um início de carreira marcado por filmes onde o clima de violência era base para desenvolver dramas humanos. Parece ser a união dessas duas vertentes que Hood pretende juntar no seu mais recente filme, Operação Eye in the Sky, numa história que lida com a guerra ao terrorismo, travada à distância, guiada por drones e câmaras de espionagem, onde a tecnologia permite chegar a todo o lado e tudo ver.

Tudo se passa no Quénia, onde uma operação conjunta entre Inglaterra e Estados Unidos procura desmantelar uma célula terrorista. A liderar as operações está a Coronel Katherine Powell (Helen Mirren), que, identificados os alvos, espera apenas uma ordem para avançar. Só que esta ordem fica presa em debates legais e éticos nos gabinetes ministeriais, e refém da comoção do operativo (Zak Rowlands) encarregado de disparar o míssil.

Operação Eye in the Sky, torna-se então uma espécie de tubo de ensaio de ideias ético-filosóficas sobre a legitimidade de se matar alguém à distância, e a eventualidade de fazer vítimas inocentes (os tais danos colaterais). Para piorar acrescente-se o factor emocional, com a familiaridade trazida pelas câmaras de espionagem a fazerem-nos afeiçoar por uma menina que brinca com um arco de hula-hoop.

Hood brinca então connosco como se construísse cenários de teste, um após outro, do género «então e se em vez de terroristas em teoria, eles estivessem já a sair para se fazerem explodir numa multidão?» «Então e se em vez de o dano colateral ser uma criancinha, fossem duas?», e assim sucessivamente.

Com um bom conjunto de actores, onde se inclui o recentemente falecido Alan Rickman, a aguentar a tensão o máximo possível, há algo de forçado em todo o filme. Não se trata apenas de questionarmos se quem toma as decisões é tão criterioso como o filme nos leva a crer. É todo o acumular inverosímil de situações, aliado a tudo depender de simpatizarmos com uma menina. Como tubo de ensaio, que não só traz a público onde a tecnologia já chegou, mas também as perguntas que o seu uso indiscriminado levanta, Operação Eye in the Sky tem algum mérito. Mas com o construir artificial de tensão, e a necessidade de acrescentar um cliffhanger de dez em dez minutos, não se livra de parecer um irmão pobre de uma série de televisão como Homeland.

Review overview

Summary

Filme que explora os limites tecnológicos e éticos da guerra ao terrorismo, espantando tecnicamente, num enorme acumular de pontos de tensão, que não deixa de lembrar aquilo que se faz (e melhor) em séries televisivas do género.

Ratings in depth

  • Argumento
  • Interpretação
  • Produção
  • Realização
2.5 10 mediano

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