A maior parte das pessoas concorda que Star Wars: Episode V – The Empire Strikes Back é o melhor filme de toda a saga Star Wars, portanto seria um pouco difícil não admitir que é também o meu favorito. Realizado por Irvin Kershner, este é de todos os seis, não só o mais aclamado pela crítica, mas também o mais querido por todos os fãs, sendo considerado o mais mítico, extravagante, intenso e historicamente significativo ou não fosse uma das mais bem sucedidas sequelas de todos os tempos na história do cinema, coisa que poucas conseguiram alcançar.
Três anos depois dos eventos passados em Star Wars: Episode IV – A New Hope, a Aliança Rebelde continua a fugir do Império Galáctico que envia sondas em busca da rebelião. Com uma base agora estabelecida no Planeta Gelado de Hoth, Luke Skywalker descobre uma das sondas enviadas por Darth Vader, que continua empenhado na sua captura. Quando Luke é inesperadamente atacado e fica preso numa caverna, este utiliza a Força para erguer energias e se libertar. Ferido e cansado, tem uma visão de Obi-Wan Kenobi e pede-lhe que o ajude a chegar até ao Mestre Yoda, na procura de orientação e preparação para os tempos negros que se avizinham…
Aqui os icónicos personagens de Mark Hamill, Harrison Ford e Carrie Fisher são desenvolvidos de forma muito mais profunda que no primeiro filme, algo que os torna mais fortes, credíveis e emocionais. Mas não é por isso que as cenas de acção são diminuídas, enquadrando os melhores visuais (tendo contribuído imenso para o avanço da tecnologia no cinema), as mais fantásticas criaturas, e as melhores e mais emocionantes cenas de acção de toda a saga, com um enredo mais sombrio, coerente e empolgante, contendo algumas das mais emblemáticas quotes da trilogia original, munido de um bom equilíbrio, representando o lado mais vulnerável do mal, mais propriamente de Darth Vader. Pela primeira vez conhecemos Yoda, e rapidamente se percebia que estávamos perante uma das personagens mais brilhantes e marcantes de sempre, dotado de sabedoria e inteligência, figura tão pequena e gentil, mas ao mesmo tempo tão grande e poderosa. Aqui vemos nascer uma das mais aventureiras histórias de amor do cinema – a de Han Solo e da Princesa Leia – e sentimos o lado negro da força bem vincado. Recheado de grandes momentos, possuí uma atmosfera mais tenebrosa, onde uma maior intensidade nas suas convicções é explorada. O bem e o mal, caminham lado a lado, existindo sempre importantes mensagens a retirar pelas entrelinhas, presentes em atitudes e relacionamentos não só neste episódio, mas também em todos os outros filmes.
Muita da magia de Star Wars se deve ao enorme sucesso deste segundo filme, pela forma sofisticada como se apresentou que ainda nos dias de hoje é capaz de impressionar qualquer um. Uma história de traição mas também de coragem, amor e esperança que toca a todos de forma consistente. Uma galáxia muito, muito distante, mas que se tornou bastante próxima de todos nós.
Um memorável clássico intemporal, com muita personalidade, que combina na perfeição relevantes mensagens e amplo entretenimento e que por mais tempo que passe, permanece sempre vibrante e divertido. Um óptimo pedaço da história do cinema de ficção-cientifica que ainda continuará a dar que falar durante muitos anos, felizmente com novas surpresas por vir! É incrível como já passaram mais de trinta desde a sua criação e ainda continuamos aqui a falar da sua importância.
O Império Contra-Ataca foi, originalmente, o último filme da trilogia original que vi. É aqui que o template esboçado no filme original é aprofundado com o desenvolvimento das personagens e das suas relações na construção de um épico edipiano onde a luta entre o bem e o mal à larga escala é traduzida numa batalha pessoal e familiar com os pecados dos pais a lançar uma sombra sobre os filhos, as suas opções, as suas escolhas e, subsequentemente, o seu destino. O Império Contra-Ataca introduz também a icónica personagem Yoda, o guerreiro guru, um dos últimos vestígios da grandeza dos guerreiros Jedi, que irá contrariadamente treinar Luke. Yoda é uma criação inspirada que ajudou Star Wars a tornar-se um fenómeno cultural e a instalar-se no consciente colectivo tornando-se numa figura universal, símbolo de sabedoria, inteligência e iluminação. Outro factor importante para o sucesso do filme é o romance à flor da pele entre os antagonistas Han Solo e princesa Leia, dramaticamente acelerado e interrompido ao mesmo tempo pela traição de Lando Calrissianm na famosa cena do congelamento em carbonite, oferecendo simultaneamente um vilão de segunda linha de culto, Bobba Fett, e um final amargo que, sem o capítulo seguinte, deixa a história sem uma conclusão concreta. O Império Contra-Ataca é tão icónico que se tornou na referência para todos os segundos capítulos de qualquer trilogia. Mais adulto, um pouco mais negro, elevando dramaticamente a parada, obrigando o espectador a conhecer o contexto do primeiro, A Guerra das Estrelas, e deixando-o em pulgas para a conclusão, O Regresso de Jedi.