Antes de haver Epic Movies, Date Movies ou Superhero Movies já existiam filmes que parodiavam outros, mas que não eram autênticos pedaços de lixo.
Os mais famosos terão sido os do ZAZ style (as iniciais de David Zucker, Jim Abrahams e Jerry Zucker, responsáveis por filmes como Airplane, Top Secret ou Naked Gun, que depois deram origem a uma série de filmes cuja tradução em Portugal começava sempre por aonde pára o/a), mas o grande percursor foi Mel Brooks (vénia encarpada com saída à rectaguarda).
Depois de ter desbaratado os filmes de cowboys (olá Blazing Saddles), os filmes de terror (olá Young Frankenstein) e o cinema mudo (olá Silent Movie), Mel Brooks decidiu parodiar a ficção-científica, nomeadamente a saga Star Wars, com a benção do próprio George Lucas. No entanto, também há referências bem particulares a Alien, Star Trek ou Planet Of The Apes. O resultado chama-se Spaceballs. A diferença entre este(s) filme(s) de Mel Brooks e as actuais paródias que se fazem é que estes não se limitam a ser uma sequência de cenas aleatórias que recriam de forma brega as cenas mais famosas de outros filmes. Por mais surreal (leia-se parvo) que seja, Spaceball tem um argumento (e vida) próprio, tem personagens próprias e tem uma intriga própria. E as paródias aos outros filmes surgem inseridos nesta trama, em que o terrível Dark Helmet (Rick Moranis é um minúsculo Darth Vader com um capacete gigante) tenta roubar toda a atmosfera do planeta Druida.
O humor metade absurdo metade escatológico de Spaceballs é a imagem de marca do próprio Brooks. Satirizando o género, o realizador desconstrói os clichês da ficção-científica que, ao serem expostos ao ridículo, são desmascarados e servem de pretexto para fazer uma piada. E são muitas as cenas míticas do filme: um cameo de John Hurt a ter um chestburster num bar (oh no, not again, lamenta) de um alien que abala fazendo sapateado(!); o Jabba the Hut transformado numa pizza gigante, ou não fosse Pizza The Hut; o duelo de sabres de luz entre Dark Helmet e o herói, Lone Starr (Bill Pullman); os maus a descobrirem o planeta onde os bons estavam escondidos ao alugarem o próprio filme e a rebobinarem-no para a frente; ou a perseguição de naves, mais rápidas que a velocidade da luz – em velocidade caricata(!).
Com um elenco de estrelas da comédia norte-americana, desde um novinho Bill Pullman ao saudoso John Candy, passando pela voz de Joan Rivers na robot Dot Matrix – Mel Brooks interpreta ainda duas personagens distintas, o presidente Skroob, chefe do Dark Helmet, e o mestre Yogurt, referência a Yoda -, Spaceballs é uma das mais brilhantes (leia-se hilariante) sátiras da história do cinema e o último grande filme de Brooks. Desde aí foi sempre a descer
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Summary
Satirizando o género, o realizador desconstrói os clichês da ficção-científica que, ao serem expostos ao ridículo, são desmascarados e servem de pretexto para fazer uma piada.
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Interpretação
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Produção
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Realização