Com o regresso da série Vikings, do canal History, que completa agora a sua quarta temporada, faz-se na Take uma retrospectiva, que nos próximos dias preparará o caminho para os episódios que chegarão a Portugal no próximo dia 12.
Análise
Contém spoilers
Com a quarta temporada a continuar agora, vira-se a atenção para o regresso de Ragnar Lothbrok, a ameaça do confronto com os seus filhos, já crescidos, que o vidente profetizou que o ultrapassariam em fama, e a profecia de que ele não morreria até que o homem cego o visse.
Decorreram 39 episódios, e o que fica é, essencialmente, um olhar para um mundo antigo, de crenças pagãs, heróis temerários de natureza quase mítica, violência brutal e costumes estranhos, que Michael Hirst confessou nem sempre respeitarem a veracidade histórica, mas que tentam ser fiéis ao espírito da época e daquele povo escandinavo, ainda hoje tão elusivo à nossa percepção.
Vikings é uma série que privilegia esse território entre o mito e o heroísmo de um povo, mostrando-nos, de modo cru, as suas condições de vida numa terre inóspita, modos de pensar e agir que nos podem parecer estranhos, e um olhar para o que seriam as proto-cortes medievais da Inglaterra e França, nos seus contactos com os povos escandinavos. É por isso uma série que mistura intriga palaciana com combate sangrento, que mostra os castelos europeus do século IX ao lado dos campos gelados da Escandinávia, onde a sobrevivência era uma luta quotidiana, num povo que vivia de acordo com tradições antigas, e lutava para merecer juntar-se aos deuses de Valhalla.
Servido por um elenco sem estrelas (se exceptuarmos a presença de Gabriel Byrne nalguns do primeiros episódios, e o despontar de mais um elemento do clã Skarsgård, Gustav, filho de Stellan), Vikings procura na beleza e destreza física dos seus actores (Travis Fimmel, Katheryn Winnick, Clive Standen, por exemplo) um outro ponto de interesse, afinal essa era uma lição já comprovada em Os Tudors, onde o sexo e o combate são quase como duas faces da mesma moeda.
Como temas constantes, a descoberta de novos mundos, símbolo de um futuro a chegar, num choque de civilizações que prenuncia o fim do mundo pagão com o avanço do Cristianismo. Temos a luta pelo poder, a história pessoal de Ragnar e da sua família, e o recorrente confronto de irmãos entre Ragnar e Rollo, que antevemos irá continuar nos filhos de Ragnar. Nestes temas, impregnados de misticismo e devoção religiosa, temos sempre a subjacente comparação com a mitologia, onde Ragnar representa Odin, o deus supremo, capaz de dar parte de si (um olho, no caso do Deus) para saber mais, onde Frigg, a guerreira e mãe é Lagertha, e Freya é Auslaug. Com eles, os inúmeros filhos de Ragnar, o irmão Rollo, o construtor de navios Floki (nome que lembra o do traidor Loki), e os diversos aliados ocasionais formam um panteão, onde os inimigos capazes de trazer o ragnarok (o fim do mundo) são os reinos estrangeiros e o cristianismo, centros de trama, conspiração e traição.
Seguem-se mais 10 episódios, nos quais a Europa é ainda pasto para a fúria guerreira de Ragnar e dos seus vikings.
Apêndice
Criador: Michael Hirst
Canal: History
País: Canadá/Irlanda
Tema de Abertura: “If I Had a Heart” de Fever Ray
Temporadas:
Temporada 1: (9 episódios) de 3 de Março a 28 de Abril de 2013
Temporada 2: (10 episódios) de 27 de Fevereiro a 1 de Maio de 2014
Temporada 3: (10 episódios) de 19 de Fevereiro a 23 de Abril de 2015
Temporada 4: (10 episódios) de 18 de Fevereiro a 21 de Abril de 2016 + (10 episódios) de 30 de Novembro de 2016 a ? (a anunciar)
Elenco Principal:
Travis Fimmel: Ragnar Lothbrok (temporadas 1–4)
Katheryn Winnick: Lagertha (temporadas 1–4)
Clive Standen: Rollo (temporadas 1–4)
Gustaf Skarsgård: Floki (temporadas 1-4)
Jessalyn Gilsig: Siggy (temporadas 1–3)
George Blagden: Athelstan (temporadas 1–3; convidado na temporada 4)
Alyssa Sutherland: Rainha Aslaug (temporadas 1-4)
Alexander Ludwig: Björn Ironside (temporadas 2–4)
Gabriel Byrne: Earl Haraldson (temporada 1)
Donal Logue: Rei Horik da Dinamarca (temporadas 1–2)
Nathan O’Toole: jovem Björn (temporadas seasons 1–3; convidado na temporada 4)
Linus Roache: Rei Ecbert de Wessex (temporadas 2–4)
Ben Robson: Kalf (temporadas 3–4)
Kevin Durand: Harbard (temporadas 3–4)
Lothaire Bluteau: Imperador Charles da França Ocidental (temporadas 3–4)
Maude Hirst: Helga (temporadas 1–4)
Jefferson Hall: Torstein (temporadas 1–3)
John Kavanagh: O Vidente / Papa Leão IV (temporadas 1–4)
Moe Dunford: Aethelwulf (temporadas 2–4)
Cormac Melia: Ubbe (temporadas 2–4)
Cathal O’Hallin: Hvitserk (temporadas 2–4)
Gaia Weiss: Þórunn (temporadas 2–4)
Edvin Endre: Erlendur (temporadas 2–4)
Thorbjørn Harr: Jarl Borg (temporadas 1–2)
Tadhg Murphy: Arne (temporadas 1–2)
Georgia Hirst: Torvi (temporadas 2–4)
Peter Franzén: Rei Harald Finehair (temporada 4)
Jasper Pääkkönen: Halfdan the Black (temporada 4)
Sarah Greene: Judith (temporada 2)
Jennie Jacques: Judith (temporadas 2–4)
Amy Bailey: Princesa Kwenthrith de Mercia (temporadas 2–4)
Ivan Kaye: Rei Aelle de Northumbria (temporadas 1–4)
Morgane Polanski: Princesa Gisla (temporadas 3–4)
Owen Roe: Conde Odo (temporadas 3–4)
Huw Parmenter: Conde Roland (temporadas 3–4)
Karen Hassan: Therese (temporadas 3–4)
Elijah O’Sullivan: Sigurd (temporada 4)
Dianne Doan: Yidu (temporada 4)