Escrever sobre Mulholland Drive não é tarefa fácil, tal como as restantes obras de David Lynch. Deambulando entre o sonho, a realidade e o pesadelo, o realizador consegue criar mais um filme mind-fuck, onde decide ainda desorganizar toda a sua linha cronológica, criando uma espécie de puzzle que acaba por ser de difícil resolução.
Mulholland Drive começou por ser o episódio-piloto criado por Lynch para uma nova série para a ABC, sendo que seria o regresso à televisão após o fabuloso Twin Peaks. No entanto, o projecto não andou para a frente e Lynch decidiu pegar no que tinha e criar mais uma longa-metragem. E aí nasceu a versão cinematográfica de Mulholland Drive, uma obra recheada de simbolismos e mistérios, tudo embrulhado num tom de film noir, onde o espectador chega ao fim sem ter uma explicação acerca do que viu.
As teorias são várias mas a resposta definitiva não será dada pelo cineasta. Podemos estar a ver um sonho que se torna num pesadelo, começando a obra pelo sonho duma das personagens e terminando na dura realidade. Também podemos estar a ver realidades alternativas onde, de alguma forma, todas elas se misturam em algum ponto da complexa narrativa. Também podemos estar simplesmente a ver o sonho duma das personagens e nunca chegamos a saber qual será a verdadeira e a imaginária… São tudo hipóteses que encontramos como possíveis resoluções.
A verdade é que, apesar de tudo, esta acaba por ser uma das obras mais acessíveis de Lynch e uma das suas melhores incursões cinematográficas. O apoio crítico foi enorme e o cineasta ainda foi considerado o melhor realizador no Festival de Cannes em 2001. Pelo meio, consegue lançar a carreira da excelente Naomi Watts, tudo enquanto cria uma das mais brilhantes e geniais obras da sua carreira. Por aqui, é um dos favoritos da casa e, sem dúvida alguma, um dos grandes filmes da década passada. E tal como muitos outros trabalhos de Lynch, um adorado e muito estimado objecto de culto.
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Summary
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Interpretação
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Produção
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