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MOTEL/X – O rescaldo e os premiados

MOTELX 2017

A edição de 2017 do MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa chegou ao fim. Foram seis dias recheados de cinema (de terror e não só) que encheram os dois lados da Avenida da Liberdade em Lisboa, com exibições de filmes, eventos, masterclasses e homenagens no Cinema São Jorge e no Teatro Tivoli BBVA, bem como no Museu Coleção Berardo e na Cinemateca Júnior. Foi uma oportunidade para encontrar algum do novo cinema de género europeu e com origem noutras paragens. E foi também a ocasião para ouvir e homenagear dois gigantes do cinema, Roger Corman e Alejandro Jodorowsky. Se a conversa com o primeiro — que decorreu durante a semana — foi pacífica, o evento de sábado que trouxe o segundo viu uma enchente de tal forma que mais de metade das pessoas na expectativa de “privar” com o realizador tiveram de ficar de fora — tendo sido compensadas com bilhetes gratuitos para Santa Sangre, exibido nesse mesmo dia, e uma sessão adicional de autógrafos no dia seguinte. Felizmente, a Take Cinema Magazine esteve presente na inspiradora conversa e contará como tudo foi — fiquem atentos aos próximos dias para este artigo e para as críticas adicionais a alguns dos  filmes exibidos no festival.

A experiência de participar numa festa do cinema como o MOTELX é única. Em vários sentidos. Em primeiro lugar, porque nenhum dia é igual a outro. Todos os dias há algo novo a acontecer e, com o aproximar do fim-de-semana, aumenta também a quantidade e variedade de público que se desloca religiosamente até ao São Jorge para contrair o acto de fé cinéfilo. Depois, porque com a oferta de filmes e horários cada participante tem de fazer opções em relação às sessões que decide ver ou aos eventos em que decide participar. Desta forma, não há um MOTELX, mas sim tantos MOTELX quanto participantes, cada um com um programa curado pelo próprio e com os seus favoritos — bem como desilusões — muito pessoais. Por fim, e mais importante, podemos conhecer os rostos por trás dos filmes e relembrar que, independentemente da qualidade dos filmes, há pessoas, sonhos e trabalho responsáveis pelas obras a que assistimos. Este ano, foram atribuídos os prémios Melhor Curta de Terror Portuguesa/Méliès d’Argent 2017 e Melhor Longa de Terror Europeia /Méliès d’Argent 2017.

Thursday Night de Gonçalo Almeida foi o grande vencedor do Prémio MOTELX – Melhor Curta de Terror Portuguesa/Méliès d’Argent 2017. O júri composto pela actriz Maria João Bastos, o músico Carlão e o realizador Can Evrenol decidiu atribuir o prémio a esta curta-metragem “pela história, pela direcção, pela fotografia e pelos actores”, acrescentando que se trata de “um filme que nos marcou muito, que consideramos único e que certamente ficará na nossa memória”. Uma história de fantasmas só com animais, Thursday Night foi inspirado pelo álbum Thursday Afternoon de Brian Eno. O júri decidiu ainda atribuir uma Menção Especial a Depois do Silêncio de Guilherme Daniel, cujo trabalho de “argumento e fotografia” considerou “muito promissor”.

Na competição internacional, Cold Hell de Stefan Ruzowitzky venceu o Prémio MOTELX – Melhor Longa de Terror Europeia /Méliès d’Argent 2017. Uma decisão que o júri composto pelo crítico Kim Newman e os actores Rogério Samora e Iris Cayatte considerou “clara” devido à sua “relevância contemporânea, acção emocionante e imaginativa e excelentes performances de todo o elenco”. Cold Hell é um thriller político passado numa Alemanha multicultural que conta a história de uma jovem taxista de origem turca perseguida por um assassino em série. “Filme excepcional que combina elementos do serial killer thriller com o terror”, esta é a mais recente longa-metragem de Ruzowitzky, que em 2008 venceu o Óscar para Melhor Filme Estrangeiro com The Counterfeiters. O realizador e a actriz Violetta Schurawlow estiveram presentes na Sessão de Encerramento do MOTELX para receber o Prémio.

 

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Written by António Araújo

Cinéfilo, mascara-se de escritor nas horas vagas, para se revelar em noites de lua cheia como apaixonado podcaster.

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