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[MOTELX 2019] Resumo do 5º dia

Ao 5º dia do Festival, um olhar para trás, para as origens de Alien, o 8º Passageiro, e para a primeira longa-metragem do convidado Ari Aster, Hereditário, bem como a estreia de uma longa-metragem portuguesa, Faz-me Companhia, de Gonçalo Almeida.

Memory: The Origins of Alien (Alexandre O. Philippe, 2019)

Documentário sobre as influências e inspirações que convergiram na produção de Alien que recuperam a importância de Dan O’Bannon e H. R. Giger na visão do que se tornaria em clássico, não esquecendo a influência de Ridley Scott na crença e gestão destes talentos. Tem um lado académico, no entanto excelentemente complementado com imagens de arquivo e testemunhos na primeira pessoa.

Hereditário (Hereditary, Ari Aster, 2018)

Desde a passagem pelo circuito de festivais, nos primeiros meses de 2018, Hereditário foi-se demarcando como o filme de terror do ano. Incrivelmente, a obra de estreia nas longas-metragens de Ari Aster, realizador e autor do argumento, conseguiu estar à altura do hype conforme foi encontrando o seu crescente público. Não obstante algumas críticas à recta final , onde se introduziam explicitamente elementos sobrenaturais até então apenas sugeridos, sobrava uma certeza: Aster é uma nova voz original e refrescante no (muitas vezes formulaico) género, pouco interessado em sustos fáceis e escavando traumas profundamente enraizados na estrutura familiar.

Faz-me Companhia (Gonçalo Almeida, 2019)

Estreia nas longas-metragens do português Gonçalo Almeida, Faz-me companhia é um filme atmosférico e onírico que explora a relação entre duas mulheres sob o espectro das suas anteriores (e presentes) relações. Cleia Almeida e Filipa Areosa oferecem sólidas interpretações numa narrativa que não ficaria mal numa curta, e que acaba por funcionar no limite da longa-metragem.

Plano 9 do Vampiro Zombie (Plan 9 from Outer Space, Edward D. Wood Jr., 1959)

Projeção do “pior filme de sempre”, um projecto de uma vida do entusiasta Ed Wood, comentado e com direito a painel de discussão. Hilariante e perene.

Rabid (The Soska Sisters, 2019)

Actualização do original de 1977 de David Cronenberg, desta feita no universo da moda. A aparente exploração da superficialidade e frivolidade da vaidade é abandonada em função do terror corporal que, nunca chegando a perturbar realmente, oferece um filme escorreito e fiel ao espírito da sua inspiração.

Menção para as curtas portuguesas em competição Canção de Embalar, de João Pedro Frazão, e Häuschen – A Herança, de Paulo A. M. Oliveira e Pedro Martins.

Encontram a programação completa do Festival em https://www.motelx.org.

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Written by António Araújo

Cinéfilo, mascara-se de escritor nas horas vagas, para se revelar em noites de lua cheia como apaixonado podcaster.

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