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[MOTELX 2019] Ma

de Taylor Tate

mau

Ma (2019) é um título que pede imediatamente um trocadilho fácil, thriller previsível, feito a metro sem grande inspiração ou vontade de surpreender, uma película má.

 

Se há coisa que o cinema comercial norte-americano gosta de fazer é repetir fórmulas. Afinal, para quê gastar tempo (e dinheiro) a promover uma ideia, se é mais fácil dizer que é o novo “isto” ou “aquilo”?

Depois de títulos como o inspirado As Serviçais (The Help, 2011) e a biopic Get on Up (2014), Ma é a quinta longa-metragem do realizador, e por vezes actor, Taylor Tate, e assim como que um dizer que é mais fácil ser tarefeiro em fórmulas já consagradas pelo público, e aqui nitidamente o público juvenil que vai comer pipocas sob o pretexto de mais um thriller de fazer saltar da cadeira.

Alicerçado na sempre excelente Octavia Spencer (que já trabalhara com Tate em As Serviçais, e aqui surge num papel bem diferente), e seguindo o olhar da jovem Diana Silvers que vimos recentemente a roubar as cenas finais de Booksmart: Inteligentes e Rebeldes (Booksmart, Olivia Wilde, 2019), Ma é um thriller onde um grupo de jovens do liceu começa a ser seduzido para festas de uma mulher mais velha (a adoptada mãezinha do grupo – Ma), a qual cedo começa a mostrar comportamentos obsessivos para com os jovens, que, embora temendo-a, cedem sempre, ou não fossem eles teenagers de filmes americanos, famosos por tomarem sempre a pior decisão. Como se não bastasse, o drama adensa-se com vinganças sobre o passado, e figuras misteriosas fechadas em casa – numa forçada piscadela de olhos a Psico (Psycho, Alfred Hitchcock, 1960).

Mas, se a nível de interpretações nada se pode dizer (o lado patético de Ma é tão arrepiante quanto o criminoso, e isso é obviamente deliberado e bem conseguido), toda a narrativa cedo parece pueril, e o desejado (no género) crescendo de suspense nunca existe. Sabemos que vamos ter alguns sustos, mas geralmente gratuitos jump scares (como a mão que bate violentamente no vidro do carro, para, passado o susto, a sua dona informar “está aqui o troco”). Como se não bastasse, o filme está cheio de pontas soltas e é polvilhado com irritantes e desnecessários flashbacks para justificar o injustificável, e tratar o público como crianças de 4 anos.

Querendo tocar diversos temas clássicos – os adolescentes perseguidos; a filha de casamento defeito que se muda para nova cidade; a obsessão muito para lá do saudável; a vingança sobre o passado; os esqueletos no armário –, Ma (que inclui ainda uns mal aproveitados Juliette Lewis e Luke Evans) torna-se uma amálgama de momentos que não levam a muito, culminando numa sequência violenta e algo macabra que parece ter sido incluída para cumprir quotas.

Veja-se o recente Greta – Viúva Solitária (Greta, Neil Jordan, 2018), interpretado por Isabelle Huppert e Chloë Grace Moretz, que nem sequer é um grande filme, para se perceber como um thriller assim pode ser algo bem mais decente.

Review overview

Summary

Sem chama nem o necessário crescendo de suspense, Ma é um thriller onde tudo é dado e revelado de início, não nos restando mais que esperar uns tantos jump scares metidos a metro.

Ratings in depth

  • Argumento
  • Interpretação
  • Produção
  • Realização
2 10 mau

Comentários