Sequela do filme de 2003, Villmark, o novo filme do norueguês Pål Øie é um regresso ao ambiente de found footage, na exploração de um sanatório abandonado, onde estranhas experiências médicas talvez tenham continuado a decorrer, deixando para trás alguns residentes menos interessados em cooperar com o desmantelamento do edifício.
Em 2003, o realizador norueguês Pål Øie, estreava a sua primeira longa-metragem, de nome Villmark, que lidava com uma equipa de TV deixada na floresta, a lidar com estranhas ocorrências à beira de um lago onde se teria despenhado um piloto nazi da Segunda Guerra Mundial. Em 2016, Villmark Asylum (Villmark 2, no original) traz-nos mais um capítulo desse mistério, agora no clássico ambiente de um edifício abandonado, onde qualquer presença, por mais real que seja, adquire sempre contornos fantasmagóricos.
Tal é a história de cinco elementos de uma equipa técnica que vai para as montanhas norueguesas ao serviço da sua empresa que quer demolir um antigo sanatório. Liderados por Live (Ellen Dorrit Petersen), os cinco cedo percebem não estar sós. Além do assustador contínuo Karl (Baard Owe, numa espécie de clone de Bela Lugosi), aos poucos vão-se revelando outras presenças, geralmente ameaçadoras, e sempre misteriosas, ao ponto de as vidas dos cinco técnicos passarem a estar em perigo.
Partindo do lugar-comum do espaço remoto (no meio da floresta onde nem comunicações existem), labiríntico, em ruínas, não poderíamos estar em território mais conhecido para uma casa assombrada. Tudo nela lembra algo já visto, das sombras aos ruídos e objectos que mudam de lugar, não se resistindo aos clichés mais gastos, como sempre que o nosso campo de visão é bloqueado, algo muda atrás dele, sempre que há uma porta em fundo, alguma sombra a vai percorrer, sempre que um personagem vira costas, vai sofrer por isso. Cedo passamos a estar num vulgar slasher, com muito sangue, muitos gritos, muitas fugas e respirações ofegantes, e claro, mortes cruéis.
Mesmo que o clima inicial seja interessante, e o uso da visão nocturna gere imagens de bom efeito, a verdade é que sentimos desde logo que, para Pål Øie, tudo se resume coleccionar imagens icónicas que sacrificam qualquer lógica ou coerência narrativa. Porque têm os personagens de tomar sempre as piores opções? O que motiva os residentes, que não seja apenas assustar o espectador? Qual a lógica de passarmos da câmara subjectiva a planos gerais e found footage, mesmo quando ninguém a está a ver? E porque tantas pontas têm de ficar soltas? São apenas algumas das muitas perguntas por responder, e que tornam Villmark Asylum pouco mais que um exercício estético que nada acrescenta aos géneros em que se inspira.
Review overview
Summary
Villmark Asylum é um exercício que vale pela atmosfera criada e imagens de belo efeito, ainda que derivado dos clichés dos sub-géneros como a mansão assombrada e o slasher. Pål Øie sacrifica originalidade e coerência narrativa para tentar impressionar pela estética e atmosfera de um labiríntico espaço com passado misterioso.
Ratings in depth
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Argumento
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Interpretação
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Produção
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Realização