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MIB: Homens de Negro – Força Internacional

de F. Gary Gray

muito bom

Será que Chris Hemsworth e Tessa Thompson chegam para o reviver de um clássico?

 

Quando soube que Homens de Negro ganharia um filme derivado da clássica trilogia original, parte de mim se sentia com um sabor amargo na boca. Era a mistura entre a nostalgia e o desejo. Não sendo algo completamente bom, porque mesmo gostando do conceito, a participação do Will Smith nunca me pareceu encaixar. Porém, agora, após estes anos passados, MIB: Homens de Negro – Força Internacional juntou dois dos atores mais badalados do cinema: Chris Hemsworth e Tessa Thompson. Sendo esta uma dupla vencedora dos filmes Thor – Ragnarok e Vingadores – Endgame, o saber que este filme seria uma nova história (escrita por Matt Holloway – Homem de Ferro), levou-me a ficar entusiasmado. Afinal de contas, sendo o primeiro filme de 1997, como se encaixa este derivado nos dias modernos?

Foi para grande surpresa que me vi rendido ao filme. Não por achar o argumento brilhante, mas por a história ser exequível e o filme conseguir entreter na sua duração. A história começa com a personagem de Chris – Agente H – a combater uma raça de outro planeta que quer invadir a Terra, juntamente com a personagem de Liam Neeson. Sendo este um filme de ação internacional, o clima começa ambientado na Torre Eiffel, para depois recuar 20 anos e nos dar um episódio da infância da personagem de Tessa. O seu pai, ao encontrar um ser extraterrestre no quintal, vê a sua memória e da sua esposa apagada. Contudo, os Agentes na altura, ao pensarem que a pequena Tessa (Agente M) dormia, deixaram-na na verdade com o conhecimento de uma realidade paralela. Algo reforçado quando o pequeno ser extraterrestre lhe aparece no quarto, e esta ajuda-o na sua inocência a escapar de casa.

Depois disto, temos um novo avanço no tempo, desta vez até ao tempo presente, onde a personagem de Tessa vive para ser a melhor nos testes para a CIA e FBI, tudo para tentar encontrar a organização “dos fatos negros”. Sem sucesso, e nunca deixando de acreditar no que experienciou em criança, esta acaba por conseguir interceptar a agência.

MIB: Homens de Negro - Força Internacional

 

Neste início do filme é notória a evolução dos efeitos especiais e visuais, com detalhes e criaturas a alimentar um Universo rico. É impossível sequer comparar a filmes anteriores, fazendo com que o espetador se maravilhe à medida que, a agora Agente M, vai descobrindo o local onde trabalha. As diversas criaturas e seres são carregados de personalidade e movimentos próprios, dando unicidade e alimentando o mundo criado por Barry Sonnenfeld (Homens de Negro 1-3).

Emma Thompson desempenha um papel fabuloso e elegante, com a sua comédia subtil e que resulta no argumento. Sendo a chefe da Divisão de Nova Iorque, esta atribui à Agente M na sua primeira missão como estagiária. Londres é desta forma o ponto de partida da história principal e grande parte do palco da história secundária que no final do filme intercepta com o rumo das personagens.

O filme em si é bastante frenético, em especial após M conhecer o Agente H (Chris Hemsworth), agora uma pessoa muito mais preguiçosa, descuidada e desorganizada. Sendo reconhecido como todos como o que venceu A Colmeia (no início do filme, em Paris), é com surpresa e algum desdém que certas personagens o veem como um protegido do seu mentor, o Agente T-Grande (Liam Neeson). Este repúdio é intensificado quando o Agente H recebe a missão de prevenir a morte do elemento de uma raça extraterrestre – missão esta que a Agente M tenta obter por seduzir H por meio das suas capacidades intelectuais. Nesta altura, dois elementos extraterrestres e que têm a capacidade de transformar matéria em diferentes estados físicos, entram no panorama da história, tentando matar a personagem a ser protegida e trazida para a sede de Londres pelo Agente H e M.

MIB: Homens de Negro - Força Internacional

 

Por meio de diálogos bem construídos e de avanço, a história desenrola-se com diversos momentos de ação e efeitos especiais e visuais bem desenvolvidos, adequando-se por completo à narrativa. A própria força alienígena está bem desenvolvida e pensada, torna-se palpável ao longo do filme a força que estes elementos que controlam matéria conseguem ter. Estas sensações são elevadas com a banda sonora assinada por Danny Elfman e Chris Bacon. Esta é vibrante e pulsante, conseguindo acrescentar realmente algo de substancial a um argumento que por vezes acaba por ser previsível em certos campos. Este casamento é feito por meio das atuações de Tessa e de Chris, à medida que a ação se vai desenrolando entre Marraquexe, Londres e Paris. Em especial, após a morte do ser extraterrestre a ser protegido pelos agentes, tendo este dado à Agente M uma arma capaz de destruir planetas. A personagem de Tessa vê-se num dilema moral, em especial por o Ser ter confessado não confiar no Agente H “por este ter mudado”. Rapidamente dão-se um conjunto de eventos que nos levam a acreditar na existência de um traidor dentro dos Homens-de-Negro. Esta linha narrativa acabou por ser das mais previsíveis, sendo esquecida por uma história divertida, cheia de humor e diálogos ricos em vivacidade.

A ação nas cenas acaba igualmente por se encaixar bem no universo futurístico da história, sendo igualmente divertida no terceiro ato do filme pelo reencontro do Agente H com a sua ex-namorada – uma das maiores traficantes do universo (Rebecca Ferguson – O Grande Showman; Missão Impossível). Neste momento final, a Agente M reencontra o ser, agora crescido, que em criança ajudou a escapar. Este revela-se uma boa jogada de continuidade – embora previsível pelos diálogos iniciais -, que leva o filme ao ponto onde, talvez, possa decepcionar. Este momento é na revelação de quem é, de facto, o espião dos MIB e de que, na verdade, o Agente M teve a sua memória apagada.

O filme conclui de forma bonita e convincente, fazendo-me desejar por ver mais desta fabulosa dupla. O final também é marcado por uma nova aparição da Agente O (Emma Thompson), levando-me ao triste ponto de que, nestes filmes cuja história se centra maioritariamente na dupla protagonista, estes belos atores acabam por ter participações mais reduzidas, servindo mais para dar nome e sustento ao filme do que outra coisa. Espero sinceramente que o filme ganhe novas continuações, em especial por já se terem passado todos os momentos que “ocupam tempo” nestes filmes: as personagens conhecerem-se a si, e mostrarem-se ao espectador.

 

Crítica assinada por Diogo Simões, leitor da Take Cinema Magazine e autor dos livros ‘O Bater do Coração’ e ‘Esquecido’

Review overview

Summary

A aposta da Sony Pictures revelou-se certeira no reviver um dos clássicos do cinema moderno, em que, tanto os argumentistas como atores, entregam bons momentos de ação, comédia e aventura.

Ratings in depth

  • Argumento
  • Interpretação
  • Produção
  • Realização
4 10 muito bom

Comentários