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[Cine Fiesta 2017] El Bar

de Alex de la Iglésia

bom

Do realizador de culto Alex de la Iglésia, El Bar é uma comédia de terror que utiliza um dos chavões mais usados e abusados pelo cinema: a criação de uma situação perigosa em que um pequeno grupo de personagens se vêem obrigadas a testar os seus limites, tanto físicos… como mentais.

 

Vale a pena notar que esse leque de figuras foi criteriosamente seleccionado, já que cada uma é uma “figura-tipo” que “representa” um estereótipo comum da vida urbano – o bêbado, a jovem rapariga sexy, o nerd da informática, etc. E nomeio de tantos estereótipos andantes, não podia faltar a personagem meio louca, com citações da Bíblia totalmente adequadas para qualquer momento mais insano, ou mais próximo do apocalipse, que se encontra nesta desventura diabólica.

 

O que torna El Bar um filme apresentável e divertido é a forma como as personagens conseguem transcender os seus próprios clichés. Alex de la Iglésia começa o seu filme com um pequeno mosaico, em travelling, que apresenta as personagens, e é logo aí que vemos outra das virtudes do filme: o humor, muitas vezes insólito, noutras completamente negro, mas que assenta como uma luva à atmosfera que, com alguma originalidade, vai ser construída.

 

Por isso, há algumas surpresas para encontrar naquele que é o mais clássico exemplo da luta pela sobrevivência do mais forte no cinema, ao qual não faltam exemplos singulares que juntaram isso à paranóia – lembramo-nos logo do excecional The Thing, de Carpenter, ou numa vertente mais policial, qualquer uma das adaptações ao cinema que o romance And Then There Were None foi alvo (e foram muitas!).

 

El Bar é, por isso, uma história de medo puro num desenrolar de peripécias mais ou menos extremas, em que as capacidades das personagens são postas à prova – e nem sempre para justificar algum passo mais conveniente da narrativa. O filme só encontra o seu caminho a cerca de metade do seu percurso. Até aí, Iglésia aproveita para fazer umas brincadeiras com a câmara (como a interessante abertura, como já referimos) e desenvolve, com mais ou menos perícia, o íntimo de cada personagem. São pequenas coisas que salvam o filme do mais rápido esquecimento.

Review overview

Summary

Pegando num dos mecanismos mais utilizados do cinema de terror, Alex de la Iglésia filma em El Bar uma história de medo e paranóia que não é totalmente previsível.

Ratings in depth

  • Argumento
  • Interpretação
  • Produção
  • Realização
3 10 bom

Comentários