A história, sempre a história
“Fazer um filme é contar uma história”. Não é totalmente verdade mas para a nossa lição vamos tomar esta frase como verdadeira.
Quando imaginamos um filme pensamos imediatamente no que vai acontecer a uma pessoa ou conjunto de pessoas. Pensamos nos momentos chave e passado um pouco temos o filme todo feito na nossa cabeça. No fundo pensámos apenas nuns momentos que podem até corresponder à resolução da narrativa mas que nunca correspondem ao filme por inteiro.
Na vontade de o complementar ou apenas por livre arbítrio juntamos então mais uma série de situações que gostaríamos de ver num filme nosso. Isto não só vai invalidar tudo o que pensámos como também condenar à partida o filme numa manta de retalhos.
Escrever um filme corresponde na sua essência a um conjunto de elementos espalhados no tempo, com um conjunto de causas e efeitos que levam a uma resolução. No fundo um início, um meio e um fim.
Ao começar na arte de escrita de um guião devemos começar pelo mais pequeno: poucas personagens, poucos espaços diferentes, uma ideia de base a qual vai ser desenvolvida e sobretudo claridade no que escrevemos. Uma história mais pequena tem um potencial de desenvolvimento e um controlo maior. Uma regra de ouro: nunca se esqueçam que estão a escrever um filme para um público e que eles não estão na nossa cabeça. O que nos parece óbvio pode ser de difícil percepção para os outros. Uma das formas de avaliar um guião pode passar por pedir a um amigo de confiança que lhe dê uma vista de olhos e levante questões. Isso pode ajudar-nos a perceber as debilidades do que escrevemos e até a desenvolver diferentes caminhos.
Quaisquer questões que tenham relacionadas com a lição podem ser respondidas enviando as perguntas para a redacção da Take Cinema Magazine (info@take.com.pt).
Boas filmagens.
Marco Laureano
Formador