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A Guerra dos Tronos [Temporada 6]

Uma retrospectiva - Temporada 6

É já no próximo dia 17 — logo no dia seguinte à estreia nos EUA — que A Guerra dos Tronos, um dos maiores fenómenos actuais das produções norte-americanas para o pequeno ecrã, regressa às televisões portuguesas através do canal SyFy. Até lá, vamos fazer uma retrospectiva das primeiras seis temporadas na expectativa da sétima (e anunciada penúltima) temporada da saga épica de fantasia nascida da pena de George R. R. Martin.

 

No texto que se segue fala-se abertamente dos desenvolvimentos narrativos das primeiras seis temporadas de A Guerra dos Tronos por isso contém spoilers abundantes e indiscriminados.

Introdução

Não percam a introdução desta retrospectiva aqui.

Temporada 1

Não percam a análise da primeira temporada aqui.

Temporada 2

Não percam a análise da segunda temporada aqui.

Temporada 3

Não percam a análise da terceira temporada aqui.

Temporada 4

Não percam a análise da quarta temporada aqui.

Temporada 5

Não percam a análise da quinta temporada aqui.

Temporada 6

 

Chegados à sexta temporada, Benioff e Weiss soltam-se das amarras narrativas impostas por George R. R. Martin e aventuram-se em território totalmente novo. É sabido que o escritor delineou junto dos showrunners da série os futuros acontecimentos importantes, bem como o rumo geral da história, mas nesta altura apenas podemos especular sobre quem é que realmente influencia quem. Gosto de pensar nesta temporada como a oportunidade de a série corrigir o curso dos pecados herdados do texto de Martin. Mesmo o leitor mais generoso não negará que, depois de A Storm of Swords, Martin, em vez de fazer progredir a narrativa, expandiu-a ainda mais no que respeita ao número de personagens, aparentemente relutante em fazer com que as várias linhas da história tivessem um desenvolvimento efectivo. Benioff e Weiss, nesta temporada, tiveram a abordagem oposta e decidiram reduzir as personagens ao essencial, convergindo os seus futuros numa promessa de inevitáveis confrontos.

Sansa Stark, ajudada por Theon e Brienne, reencontra-se com Jon Snow, entretanto ressuscitado por Melisandre. Apesar de testemunharem a morte de Rickon às mãos de Ramsay Bolton — autoproclamado Guarda do Norte depois de assassinar o pai, a madrasta e o irmão recém-nascido —, os irmãos têm a sua vingança na sequência de uma batalha épica (onde, para falar a verdade, se teriam evitado muitas mortes caso Sansa tivesse revelado a sua aliança com Petyr Baelish mais cedo). Jon é então reconhecido pelas casas a norte que lhe juram fidelidade reconhecendo a honra do sangue Stark que lhe corre nas veias, embora como vimos a descobrir, esta seja uma herança materna e não paterna como sempre se pensou. Entretanto, Bran assume prematuramente as suas responsabilidades como o Corvo de Três Olhos num emocionante episódio que é, ao mesmo tempo, a revelação da origem e a morte de uma popular personagem: Hodor.

Do outro lado do Mar Estreito, Arya termina finalmente o treino para chegar à conclusão que não quer negar a sua pessoa, e passa imediatamente à missão assassina seguindo a sua lista. Daenerys recruta a totalidade dos Dothraki para a sua causa e, apesar das tentativas falhadas de Tyrion para negociar com os mestres esclavagistas, nomeia-o Mão da Rainha, partindo finalmente para Westeros com a ajuda da armada de Yara e Theon Greyjoy, em fuga do Euron, o tio usurpador do trono das Ilhas de Ferro. Em Westeros, na sequência de uma tragédia, Varys recruta os membros sobreviventes das casas Martell e Tyrell para a causa da Mãe dos Dragões.

Cersei, sedenta de vingança pela humilhação que sofreu às mãos da Fé Militante, vê a organização religiosa quebrar a rainha Maergery e, inevitavelmente, o rei Tommen que decreta a proibição de julgamentos por combate. A rainha-mãe, privada da sua vantagem competitiva — o Montanha zombie — vira-se para Qyburn e, naquele que é possivelmente o melhor episódio da série, põe em marcha um plano explosivo que dizima num ápice todas as suas ameaças e, completando a tragédia outrora profetizada, leva o filho Tommen ao suicídio. Jaime, regressado da campanha vitoriosa em Correrrio, encontra Porto Real parcialmente em ruínas e contempla a tenebrosa cerimónia de coroação de Cersei como a rainha vigente de Westeros.

Ironicamente, a maior ameaça à sobrevivência de Westeros, a lenda que se começa a desvanecer na dura realidade da existência dos Caminhantes Brancos liderados pelo Rei da Noite, mal foi mencionada nestas sinopses. Tal como as personagens da série, também nós, os espectadores, nos esquecemos por vezes do que realmente importa, focando-nos na pequenez das lutas e ambições do Homem, incapaz muitas vezes de olhar para além do seu umbigo. Será já na sétima temporada que a ameaça se revela, ou chocarão as três facções em conflito ainda sem a ajuda da fúria do inverno recém-chegado?

Comentários

Written by António Araújo

Cinéfilo, mascara-se de escritor nas horas vagas, para se revelar em noites de lua cheia como apaixonado podcaster.

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