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A Guerra dos Tronos [Temporada 5]

Uma retrospectiva - Temporada 5

É já no próximo dia 17 — logo no dia seguinte à estreia nos EUA — que A Guerra dos Tronos, um dos maiores fenómenos actuais das produções norte-americanas para o pequeno ecrã, regressa às televisões portuguesas através do canal SyFy. Até lá, vamos fazer uma retrospectiva das primeiras seis temporadas na expectativa da sétima (e anunciada penúltima) temporada da saga épica de fantasia nascida da pena de George R. R. Martin.

 

No texto que se segue fala-se abertamente dos desenvolvimentos narrativos das primeiras seis temporadas de A Guerra dos Tronos por isso contém spoilers abundantes e indiscriminados.

Introdução

Não percam a introdução desta retrospectiva aqui.

Temporada 1

Não percam a análise da primeira temporada aqui.

Temporada 2

Não percam a análise da segunda temporada aqui.

Temporada 3

Não percam a análise da terceira temporada aqui.

Temporada 4

Não percam a análise da quarta temporada aqui.

Temporada 5

 

A popularidade de A Guerra dos Tronos não parou de crescer. Tendo ganho catorze prémios Emmy no conjunto das primeiras quatro temporadas, só na quinta ganhou doze estatuetas. O seu fôlego tornou-se cada vez mais épico, tanto pelo aumentar dos orçamentos, como pela qualidade plástica da fotografia. No entanto, esta é a temporada de menor qualidade de toda a série. Além disso, depois da polémica cena de violação da temporada anterior, os autores da série televisiva viram-se outra vez no centro de uma controvérsia da mesma natureza por causa do episódio em que Ramsay viola Sansa, obrigando Theon, completamente subjugado ao seu terror, a assistir.

Este momento, horrível por si só, foi mais uma acha na fogueira de uma temporada com um maior negrume que o habitual. A utilização de violência, na sua forma e no seu conteúdo, teve um efeito acumulativo que normalmente é quebrado por outros elementos da série, mas que aqui ultrapassou os limites do aceitável. Especialmente nas opções narrativas que não tiveram origem nos livros de Martin. Apesar de esta ser a temporada onde se esgotaram praticamente os livros quatro e cinco, muitas das narrativas na contraparte televisiva estão irremediavelmente afastadas do texto original. Convenhamos que a intenção era positiva, pois Martin dispersou-se um pouco nestes volumes da sua saga. Mas alguns dos bons elementos dos livros foram completamente desbaratados e desaproveitados aqui, especialmente toda a acção passada em Dorne e a omissão dos episódios decorridos nas Ilhas de Ferro.

Do que nos restou, temos uma Arya sofredora nas mãos da Casa do Preto e Branco. Uma Daenerys desorientada na governação de Meereen (quando se dá a lufada de ar fresco que é a chegada de Tyrion, os dois são, no entanto, imediatamente separados). Uma sobredosagem de Ramsay (além da referida cena) com o intuito de marcar sempre a mesma posição sobre a sua vilania. A introdução da Fé Militante, com os seus métodos insidiosos e opressivos, apesar da excelente interpretação de Jonathan Pryce. A humilhante expiação de Cersei, que por acaso revela uma das mais-valias da série: por muito detestável que uma personagem seja, raramente conseguimos tirar prazer dos seus momentos de retribuição. E um infanticídio horrível que entra directamente para o topo das cenas de A Guerra dos Tronos para nunca mais rever. Ah, e um obituário interminável: Mance Rayder, Aemon Targaryen, Janos Slynt, Barristan Selmy, Stannis Baratheon, Selyse Baratheon, Shireen Baratheon, Hizdahr zo Loraq, Myranda, Myrcella Baratheon, Merryn Trant e… Jon Snow!

É verdade, a temporada mais negra e deprimente de A Guerra dos Tronos, não só nos troca as voltas em relação ao habitual episódio nove — o momento alto é a batalha com o exército do Rei da Noite em Larduro no episódio anterior —, como acaba num cliffhanger dos antigos ao matar uma das mais populares personagens, Jon Snow. Porque este é também o final do livro A Dance with Dragons, e porque não se sabia genuinamente o futuro da história, viveram-se meses interessantes de especulação entre esta temporada e a seguinte, com publicações online e impressas a lançarem teorias com base no corte de cabelo de Kit Harrington, o actor que interpreta o bastardo com um passado misterioso.

Não percam o próximo artigo onde faremos um resumo analítico da sexta temporada.

Comentários

Written by António Araújo

Cinéfilo, mascara-se de escritor nas horas vagas, para se revelar em noites de lua cheia como apaixonado podcaster.

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