É já no próximo dia 17 — logo no dia seguinte à estreia nos EUA — que A Guerra dos Tronos, um dos maiores fenómenos actuais das produções norte-americanas para o pequeno ecrã, regressa às televisões portuguesas através do canal SyFy. Até lá, vamos fazer uma retrospectiva das primeiras seis temporadas na expectativa da sétima (e anunciada penúltima) temporada da saga épica de fantasia nascida da pena de George R. R. Martin.
No texto que se segue fala-se abertamente dos desenvolvimentos narrativos das primeiras seis temporadas de A Guerra dos Tronos por isso contém spoilers abundantes e indiscriminados.
Introdução
Não percam a introdução desta retrospectiva aqui.
Temporada 1
Não percam a análise da primeira temporada aqui.
Temporada 2
Não percam a análise da segunda temporada aqui.
Temporada 3
E, à terceira temporada, A Guerra dos Tronos deu uma curva sinuosa para o lado negro. Esta é a temporada em que Joffrey se torna um monstro sem qualquer possibilidade de redenção (e o engraçado é que nem aparece em muitos episódios, mas quando o faz, deixa a sua marca profunda). Em que Jaime, ao salvar Brienne de ser violada, perde uma mão. Em que o comandante da Patrulha da Noite e pai de Jorah, Jeor Mormont, é assassinado pelos seus próprios homens. Em que Jon Snow trepa a muralha com ordens para atacar os seus companheiros. Em que Daenerys luta para acabar com a escravatura nas cidades por onde passa, juntando os exércitos de Imaculados e dos mercenários Segundos Filhos aos seus Dragões e conselheiros. Em que Stannis prende Davos depois de este tentar assassinar Melisandre. Em que Sandor Clegane mata Berric Dondarion, mais tarde ressuscitado por Thoros de Myr, e aprisiona Arya. Em que o insidioso Qyburn é salvo pelos Bolton e inicia a sua aproximação aos Lannister. Em que Theon é torturado insistentemente sem saber por quem nem porquê. E, especialmente, em que um ignominio acto de traição dos Bolton e dos Frey, orquestrado por Tywin Lannister, leva ao assassinato inesperado e violento de Catelyn, Robb, Talisa — grávida de Robb — e toda a comitiva Stark que se tinha juntado ao casamento de Edmure Tully com uma filha de Walder Frey.
O «Casamento Vermelho» chocou os espectadores e lançou ondas de choque nas redes sociais fazendo despertar o interesse pela série junto do público que ainda não a tinha descoberto. Depois da morte de Eddard, a procura de justiça pela família Stark era um dos mais importantes portos de abrigo moral da série, dizimada num único instante sangrento. O que sobrava daqui em diante? Quais os raios de luz que mereciam agora ser seguidos? Daenerys está envolvida numa luta que parece perdida à partida. John Snow está numa missão dupla, mas até quando? Os seus momentos de felicidade tiveram lugar, para todos efeitos, na companhia do inimigo — é uma paixão com os dias contados. Bran conta agora com a ajuda dos irmãos Jojen e Meera Reed, mas como pode um rapaz inválido fazer a diferença? Sam salva Gilly e o filho, e descobre que Vidro de Dragão mata os Caminhantes Brancos. Mas terá Sam o que é preciso para sobreviver? O carácter e inteligência de Tyrion são evidentes para os espectadores, mas continua a ser vítima dos preconceitos e juízos ignorantes que fazem sobre si, obrigado a casar com Sansa, ambos vítimas da cruel manipulação de figuras mais poderosas do que os próprios.
Esta foi também a primeira temporada a não adaptar um livro na totalidade, baseando-se em cerca de metade do terceiro volume A Storm of Swords (em Portugal, A Tormenta de Espadas e A Glória dos Traidores), o melhor capítulo da saga literária. Mas com o avançar da narrativa, a série começava a afastar-se aqui do livro de origem de forma mais acentuada. Ainda assim os acontecimentos centrais do livro deram lugar a inesquecíveis momentos de televisão, e continuavam a prometer mais uma emocionante temporada.
Não percam o próximo artigo onde faremos um resumo analítico da quarta temporada.