Dos criadores de Actividade Paranormal 3 e 4 chega Viral, um filme onde o grotesco e sangrento são os pratos fortes na aterrorização de um grupo de jovens a braços com uma epidemia que transforma pessoas numa espécie de zombies.
Quando a Blumhouse Productions anuncia um nova proposta de terror, pensamos em franchises de sucesso como Actividade Paranormal, A Purga, Insidious e Ouija, séries de filmes que têm granjeado fãs entre os consumidores do género. É pela mão de dois realizadores de segunda linha dessa casa, Henry Joost e Ariel Schulman (responsáveis, também em conjunto, por Actividade Paranormal 3 e 4), que nos chega agora Viral, com promessas de grotesco e sangue suficientes para gerar emoções fortes.
Começa logo aí o primeiro equívoco deste cinema de terror do século XXI, apostando-se cada vez mais numa espécie de feira de efeitos e atracções, onde o único objectivo é superar o filme anterior, mantendo tudo igual. Os ingredientes estão lá todos, como se houvesse uma regra escrita que obrigasse a incluí-los: uma série de secundários que sabemos serem apenas carne para canhão; um elenco juvenil, como se só existissem jovens no planeta, pois assim agrada-se mais à demografia pretendida nos cinemas; uma localização remota, que fica imediatamente isolada do mundo, só porque dá mais jeito em termos narrativos; e por fim aquele já irritante culto da virgindade, que nos faz saber que a rapariga pura e sem namorado sobreviverá, quando todos os seus colegas mais «experientes» irão por isso morrer.
Enumerados os ingredientes do costume, o que temos é a história de um estranho parasita que atinge a terra, infectando seres humanos, e transformando os seus hospedeiros numa espécie de zombies assassinos. Pelos olhos da virginal Emma Drakeford (Sofia Black-D’Elia) vemos a sua melhor amiga, Gracie (Linzie Gray) ser a primeira vítima, testemunhamos a relação atribulada com a irmã Stacey (Analeigh Tipton), e as tentativas de iniciar um namoro com o vizinho Evan (Travis Tope), enquanto vamos inferindo sobre o definhar da relação dos pais que fez as duas irmãs terem de mudar de cidade. É muito para uma localidade em quarentena, onde qualquer vizinho pode já ser um dos tais zombies.
Por entre os conflitos entre irmãs, e a tentativa desesperada de sobrevivência, Viral é uma mistura de home invasion (com as Drakeford barricadas em casa) e de filme catástrofe de doenças epidémicas. Os sustos sucedem-se a metro, num argumento previsível e que, como dito antes, tem forçosamente de picar o ponto em todas as paragens e apeadeiros do género.
Para finalizar com o maior dos equívocos, o parasita nem sequer é um vírus, mas sim algo que mais se parece com um verme.
Review overview
Summary
Amarrado às convenções do género, Viral é um cruzamento de home invasion com filme de catástrofe epidémica, onde não falta a virginal final girl e os sustos a metro do costume.
Ratings in depth
-
Argumento
-
Interpretação
-
Produção
-
Realização